Como os Mestres Ajudam a Humanidade

Pergunta:

Se os Mestres vivem retirados, então como eles ajudam a humanidade?

Resposta:

A nossa filosofia afirma que os Adeptos vivem em locais afastados e que são inacessíveis ao discípulo despreparado ou às pessoas movidas por mera curiosidade.

O conceito de “ajuda” varia de indivíduo para indivíduo.

Alguns querem que estes Mestres intervenham e os ajudem a salvar a sua situação financeira, que está difícil,  ou que os ajudem a casar um filho ou uma filha. Devemos compreender que eles não interferem com o Carma.  Esse não é o dever deles e eles não  fazem isso. Por mais que o indivíduo pareça merecer ajuda,  eles não lhe darão auxílio do modo que ele deseja, se o seu Carma não o permite.

Muitos esperam que os Mestres os ajudem usando os seus poderes maravilhosos. Por que eles não podem ajudar a vencer a pobreza produzindo ouro, ou ajudar as pessoas a terem o seu vigor e sua juventude renovados através do  “elixir da vida” ? Por que os Mestres não multiplicam os alimentos? A resposta é que não há necessidade de que eles multipliquem a comida, porque  já existe comida suficiente para alimentar os famintos, e a escassez é causada pelas pessoas ambiciosas que especulam com os preços.  Além disso, se a comida fosse multiplicada, o multiplicador seria preso e tratado como criminoso. Se concluiria que ele roubou  os alimentos, ou que fez concorrência desleal contra empresas do ramo. No entanto, afirma-se que os Adeptos multiplicaram alimentos em tempos de fome em terras do Oriente, onde as condições não permitem que haja condenação ou perseguição.

Outros se perguntam por que os Mestres não destroem a maldade, se eles têm grandes poderes. Os Adeptos assinalam que, independentemente do poder que eles tenham, a humanidade deve fazer esforços por si mesma para colocar em ação as causas do bem e assim anular a maldade.

Com a ajuda dos seus discípulos e colegas, o Adepto pode ajudar a humanidade ao preservar e divulgar a filosofia correta, que produz a mudança na mente e no coração das pessoas.  Ao preservar e espalhar o conhecimento de doutrinas como a do Carma e da Reencarnação, os Mestres ajudam a humanidade a colocar em movimento novas causas de bons acontecimentos, e capacitam os seres humanos a aceitar as consequências das suas ações, agindo de maneira correta.

Eles não irão usar os seus poderes para  alterar a natureza humana, e nem podem fazer isso.  Cada um deve mudar por esforço próprio, pelos meios que tem ao seu alcance. No entanto, eles podem ajudar colocando ideias corretas na mente da pessoa que estiver suficientemente avançada. Uma pessoa comum não necessita ajuda dos Adeptos. Uma pessoa que tem uma inclinação espiritual necessita, e é ajudada.

Assim, embora fisicamente eles sejam inalcançáveis, no plano mental eles podem ser contatados, mas apenas por aqueles que são suficientemente puros [1].  Eles ajudam todos os bons movimentos, ao influenciar ou inspirar as pessoas envolvidas em tais movimentos. Em diversos lugares, eles estão preparando homens e mulheres para se tornarem trabalhadores ativos pelo bem da humanidade.

Um indivíduo que deseja que um Adepto use força oculta para salvar a sua situação financeira não sabe o que está pedindo.  O uso de força oculta tem um efeito de longo alcance. Quando um Mestre usa um poder, isso sempre envolve a ajuda ou a perturbação de espíritos elementais. [2]  Os elementais perturbados entram na aura dos indivíduos e se tornam agentes da concentração do seu Carma, o que leva a uma precipitação mais rápida do Carma.  Isso pode tirar o equilíbrio de alguém que não estiver internamente preparado.

Algumas pessoas também têm reclamado alegando que, se os Mestres conhecem os princípios científicos avançados e fórmulas medicinais, deveriam revelá-los para os cientistas e assim ajudar a humanidade. A resposta é que eles possuem todas as verdades, porém as mantêm fora do alcance das mentes curiosas que não estão dispostas a usar o conhecimento de modo correto. Por outro lado, quando chega o momento certo, estes Adeptos frequentemente entram em contato com a mente do cientista ou do filósofo que está em busca da verdade, e transmitem a ele a ideia correta num processo que o cientista ou filósofo pode descrever como um relâmpago de intuição. Em consequência disso, o pensador consegue fazer esta ou aquela descoberta, ou escrever um belo poema ou texto filosófico. O cientista e o filósofo ficam famosos,  enquanto o Adepto permanece trabalhando nos bastidores. Isso é especialmente válido em relação à ajuda que eles dão aos países.  

Eles estão constantemente engajados na tarefa muito mais ampla que é o melhoramento da alma do homem e a elevação da raça humana, e isso é algo que eles obtêm através de seus auxiliares na humanidade.  Estes seres extraordinários têm influenciado e estão definindo hoje o destino das nações através dos seus ajudantes na humanidade, incluindo pilares da paz e fazedores de guerra como Bismarck, ou salvadores de nações como Washington, Lincoln e Grant. 

Afirma-se que Lincoln sempre sentia que era de certo modo um instrumento de alguma grande missão. Algumas afirmativas de Bismarck sugerem que um impulso desconhecido e invisível o levava a fazer o bem.  

É devido aos esforços destes Adeptos que o Motim da Índia contra os ingleses em 1857  fracassou, embora os patriotas indianos desejassem a vitória. Os Adeptos veem longe e têm como meta em seu coração o mais elevado bem para a Índia e para a humanidade. Eles podiam ver que se os ingleses fossem expulsos da Índia naquele momento, o país cairia sob a dominação de alguma outra nação europeia, que, ao contrário da Inglaterra, iria destruir os valiosos livros e registros em folhas de palmeira que há na Índia, assim como haviam feito com a Biblioteca de Alexandria e também com os tesouros históricos da América do Sul e da América Central. [3]

Os Mestres desempenharam um papel muito importante na luta pela independência norte-americana.  Eles supervisaram a redação da Constituição, e também da Declaração da Independência dos Estados Unidos. Os Adeptos influenciaram a mente de Thomas Paine através de franco-maçons como George Washington, Thomas Jefferson, etc., de modo que Paine escreveu o livro “Common Sense” (“O Sentido Comum”)  que inspirou as pessoas a derrubarem a dominação inglesa. 

Thomas Paine escreveu que as ideias chegavam à sua mente como descargas elétricas vindas de fora. Ele se referiu a tais ideias como “visitantes voluntários” que ele recebia com respeito, e acrescentou: “foi delas que adquiri  todo o conhecimento que tenho”.

Segundo o  sr. William Judge, estas ideias e estes pensamentos que Paine descreveu como “visitantes voluntários” foram colocados ao alcance da sua consciência pelos Adeptos.

NOTAS:

[1]  Tal contato, porém, não é verbal nem visual, mas abstrato e intuitivo. Não ocorre no plano das palavras ou das imagens, mas no plano silencioso do eu superior. (Nota do tradutor)

[2] Elementais são energias astrais semi-inteligentes, ligadas aos diferentes elementos da natureza. Estão ligados à força dos hábitos e, naturalmente, atuam sob a lei do carma. (Nota do tradutor)

[3] Apesar dos seus erros, a  Inglaterra protestante era - comparativamente - um bastião da tolerância. Os países sob a influência direta do Vaticano eram especialmente violentos e visavam destruir ao máximo as culturas nativas dos países colonizados. (Nota do tradutor)

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